sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A arte de falar

Livro apresenta técnicas e exercícios de dicção para se comunicar melhor através da fala
Servir como ferramenta para capacitar professores no ensino médio e fundamental para praticarem em sala de aula métodos e exercícios de boa leitura, promovendo, assim, um melhor desenvolvimento da fala entre os alunos. Um instrumento essencial em um mundo contemporâneo permeado pela comunicação. Esse é o objetivo do livro “Língua, Informação & Comunicação”, de Luis de França, que será lançado, hoje, logo mais, às 19h30, no Centro Cultural Oboé.


Autor de outros três livros (“Desenrolando a Língua”, “Dicção Total” e “Amigos Também se Amam”), Luis de França, ex-gago que já foi locutor de rádio, apresenta na obra uma série de exercícios de treinamento de dicção que visam um aperfeiçoamento das habilidades comunicacionais de cada um. “Esse é um livro bem didático que nos ajuda a conhecer melhor o que nos permite falar, o aparelho fonador”, explica o autor. “Quanto mais conhecermos sobre ele, mas saberemos como utilizá-lo. Para isso, o livro traz exercícios articulatórios de potência, respiração, relaxamento, aquecimento etc. Exercícios que ajudam a melhorar a comunicação”.

A comunicação, aliás, é um dos pilares do livro, bem como a língua e a informação. “A língua é a base, a mãe da formação educacional de um povo, no nosso caso o português. Quanto mais o estudamos, mais descobrimos novas variáveis e palavras diferentes que nem imaginamos”, acredita Luis de França. “A informação é um elemento importante que influencia nossa forma de pensar, falar, agir, viver e nos relacionar com as pessoas. É o conhecimento que nos alimenta o tempo todo através de nossos sentidos”, continua o autor. “Já a comunicação é a forma como transmitimos esse conhecimento. Onde não reina uma perfeita comunicação, impera uma grande confusão”.
De acordo com o autor, o livro “Língua, Informação & Comunicação” faz parte de um projeto macro, o Projeto Nacional de Dicção (Prondic), que, através de pesquisas, ajuda as pessoas a vencerem seus medos, timidez e insegurança, perdendo, assim, a vergonha de falar em público. “O projeto visa a investigação das causas desse problema e tem utilizado a sala de aula para o treinamento de alunos e profissionais com o objetivo de promover a boa dicção, evitando conflitos, perda da auto-estima e de oportunidades de emprego”, esclarece Luis de França.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste - 26/3/2009

Técnicas Fonoarticulatórias para o Profissional da Voz



A pesquisa dos exercícios fonoarticulatórios necessários para aprimorar a dicção é de fundamental importância para a fonoaudiologia, em especial a fonoaudiologia estética, tendo em vista que a cada dia cresce o número de profissionais que usam a voz como instrumento de trabalho, como professores, cantores, locutores e atores.

A história da busca pela perfeição da fala é tão antiga quanto à história das primeiras civilizações humanas. Desde a Grécia antiga, no início dos estudos sobre a retórica, que a sociedade valorizava a expressão oral. Demóstenes, que se tornou o maior orador deste período, corrigiu defeitos de dicção colocando seixos na boca e tentando pronunciar as palavras da forma mais correta possível (POLITO, 1998). Mas foi STANISLAVSKI (1938) que desenvolveu o “gourmet de fonética” na tentativa de aperfeiçoar a dicção dos atores de seu grupo de teatro. Ele sugeriu a observação dos órgãos fonoarticulatórios (OFA) durante a emissão de vogais e consoantes (isoladas ou em grupos) como exercício para aperfeiçoar a articulação e a projeção vocal, hipótese reforçada posteriormente por NUNES (1976) e GREENE (1989).

De acordo com o estudo dessas técnicas nas áreas de canto, teatro e oratória, a boa mobilidade dos OFA ao lado do bom funcionamento das cavidades de ressonância, amplifica e descentraliza o trabalho da laringe durante a fonação (BLOCH, 1973) (BOONE & MACFARLANE, 1994) (PINTO & FURK, 1988). Os exercícios usando obstáculos na boca e de trava-línguas também garantem a fluidez na dicção e o fortalecimento articulatório (SEGRE, 1981) (BRANDI, 1988) (POLITO, 1988).

Considerando que muitos exercícios de motricidade oral também são utilizados como técnicas fonoarticulatórias, como o relaxamento e alongamento dos músculos localizados ao redor da boca, pode-se concluir que os exercícios utilizados para aperfeiçoar a dicção estariam do mesmo modo trabalhando e fortalecendo a musculatura da região orofacial e sendo também indicados para prevenir e atenuar as rugas. Esta extensiva pesquisa bibliográfica descreveu 153 exercícios para o treinamento de profissionais da voz.

Fonte: Trabalho das autoras Fabíola Moura e Sílvia Pinho apresentado no VIII Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia e publicado nos Anais do Congresso.